terça-feira, 15 de novembro de 2016

Eu declaro que aceito.

Sim, aceito.

Bom, faz alguns dias que tenho sentido o coração apertar. Não disse nada para ninguém porque algumas coisas eu guardo apenas para mim. Não gosto de ver ninguém preocupado comigo. Eu sou assim. Sigo assim.

Hoje, embora feriado, o Evandro foi trabalhar. Estou em casa. Ainda na cama, ouvindo umas canções, me deparo com "O Milagre Sou Eu", de Eyshila (escute aqui ou clicando no vídeo abaixo). Meu Deus, era a canção que faltava para me fazer desabar!

Eu fiquei horas com ela no "repeat". Chorei, chorei muito. Aliás, enquanto escrevo aqui (precisava fazer isso!), as lágrimas caem.

Você pode se perguntar: "O que houve?", "O que te aflige?".

Nada que eu não possa suportar e superar.

No fundo eu sei o que me traz tristeza e dor. Quando olho pro passado, eu sofro e ao mesmo tempo aceito. Difícil, mas a aceitação me faz entender a soberania de Deus. Ele quis assim.

O que ele quis? Ele quis que eu vivesse com meu filho por apenas 3 meses dentro de mim. Hoje, após 9 meses, entendo que as 14 semanas que passei ao lado dele foram suficentes para que a minha vida se transformasse. Hoje entendo que as coisas não são do jeito que eu quero, mas do jeito que Ele, meu Deus, quer.

Quando escuto uma canção como esta da Eyshila, que perdeu o filho tão jovem, percebo que a aceitação é o caminho. Se Deus quisesse, poderia ter ressuscitado meu filho, mas Ele não quis. O propósito? Não sei, mas posso imaginar. Olho e vejo como eu mudei alguns conceitos, algumas ansiedades.

Talvez eu não estivesse preparada para viver um dos momentos mais mágicos de uma mulher. Talvez o propósito seja outro. Não penso no futuro com tanta certeza como outrora. Faço planos, já que somos humanos e a vida está aí, linda e pronta para ser explorada, mas eu tenho colocado Ele em primeiro lugar. Se Ele quiser, os desejos do meu coração se realizarão.

Depois de tudo que vivi, hoje olho e percebo o quanto preciso de pouco para viver. Anteontem foi meu aniversário. Abri os olhos e agradeci. Estou viva! De presente, só pedi saúde. O resto a gente conquista.

Aprendi que também preciso valorizar os que se importam comigo. Os dias tristes que vivi me fizeram ver isso tão claramente! Meu esposo foi essencial para segurar essa passagem de dor. Não estar sozinha em um momento de dor é consolador, é revigorante. Deus me deu uma pessoa incrível para estar comigo. Agradeço todo dia.

Mas hoje eu desabei. Eu chorei, eu conversei com Deus sobre meus desejos. Ele sabe o quanto o Theodoro é especial e vai ficar pra sempre nos nossos corações. Ele me ensinou a viver. Ele viveu o tempo suficiente para me ensinar o simples, para encher o meu coração com o amor mais puro e transbordante do mundo! E hoje chorei, ao lembrar disso tudo.

O tempo tem o dom de transformar a dor em saudade. Hoje chorei de saudade. Mas foi inevitável: a dor veio junto. Mas sei que vai passar, porque Deus está comigo. Daqui a pouco eu me refaço. Isso eu faço todos os dias.

Por isso, amem seus filhos. Amem, amem, amem! Parece exagero, vez que não peguei o meu bebê no colo, mas vê-lo dentro de mim foi a certeza que ali nascia uma mãe que queria cuidar, amar e fazer o seu filho o cara mais feliz do mundo! Eu me vi assim!

Eu não pensava em comprar roupas em Miami, em dar a ele o quarto mais bonito da vizinhança ou o carrinho de bebê mais estiloso. Eu só pensava em gerar um filho para viver em um mundo de igualdades. Eu sempre conversava isso com o Evandro. A gente sonhava o tempo todo com isso! Nosso filho seria o cara mais incrível, sabe (rs)? A gente só pensava em dar um mundo de paz para ele. Queríamos mostrar como o mundo está e como ele poderia transformá-lo para o bem. Dar valores. Esse era o sonho que tínhamos para nosso filho. E dar amor, muito amor!

Mas Deus achou por bem levá-lo de nós. Sofri. Sofremos, mas entendemos.

Hoje eu chorei ao lembrar dos planos, da vida que planejávamos junto com ele.

Ouvindo a canção de Eyshila, eu pensei em como estava sendo egoísta. Deus pode tudo! E Deus faz do jeito que Ele quer, na hora que Ele quer. Eu precisava entender e compreender seus propósitos.

E o consolo veio. Agora eu choro com certa alegria porque Ele me fez conhecer o amor mais sublime do mundo. Foi uma dádiva! Por isso, vou continuar adorando ao meu Deus. Ele é bom comigo o tempo todo!

Como diz em Romanos 8:28, "tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus".

Por isso, eu aceito.

A dor não mata se Deus está presente
Só quem caminha com Ele entende o valor
De uma lágrima derramada no altar da dor
Enxugada pelas mãos do consolador

Se Ele quiser, Ele ressuscita mortos
Ele faz o impossível
Tudo porque Ele é Deus

Mas se Ele não quer que aconteça do meu jeito
Eu declaro que eu aceito
E agora o milagre sou eu, sou eu

Eu não vou parar, vou continuar
Te adorando, Deus
O milagre sou eu, sou eu


Com amor, 

Ange.




Eu declaro que aceito.

Sim, aceito.

Bom, faz alguns dias que tenho sentido o coração apertar. Não disse nada para ninguém porque algumas coisas eu guardo apenas para mim. Não gosto de ver ninguém preocupado comigo. Eu sou assim. Sigo assim.

Hoje, embora feriado, o Evandro foi trabalhar. Estou em casa. Ainda na cama, ouvindo umas canções, me deparo com "O Milagre Sou Eu", de Eyshila (escute aqui ou clicando no vídeo abaixo). Meu Deus, era a canção que faltava para me fazer desabar!

Eu fiquei horas com ela no "repeat". Chorei, chorei muito. Aliás, enquanto escrevo aqui (precisava fazer isso!), as lágrimas caem.

Você pode se perguntar: "O que houve com ela?", "O que a aflige?".

Nada que eu não possa suportar e superar.

No fundo eu sei o que me traz tristeza e dor. Quando olho pro passado, eu sofro e ao mesmo tempo aceito. Difícil, mas a aceitação me faz entender a soberania de Deus. Ele quis assim.

O que ele quis? Ele quis que eu vivesse com meu filho por apenas 3 meses dentro de mim. Hoje, após 9 meses, entendo que as 14 semanas que passei ao lado dele foram suficentes para que a minha vida se transformasse. Hoje entendo que as coisas não são do jeito que eu quero, mas do jeito que Ele, meu Deus, quer.

Quando escuto uma canção como esta da Eyshila, que perdeu o filho tão jovem, percebo que a aceitação é o caminho. Se Deus quisesse, poderia ter ressuscitado meu filho, mas Ele não quis. O propósito? Não sei, mas posso imaginar. Olho e vejo como eu mudei alguns conceitos, algumas ansiedades.

Talvez eu não estivesse preparada para viver um dos momentos mais mágicos de uma mulher. Talvez o propósito seja outro. Não penso no futuro com tanta certeza como outrora. Faço planos, já que somos humanos e a vida está aí, linda e pronta para ser explorada, mas eu tenho colocado Ele em primeiro lugar. Se Ele quiser, os desejos do meu coração se realizarão.

Depois de tudo que vivi, hoje olho e percebo o quanto preciso de pouco para viver. Anteontem foi meu aniversário. Abri os olhos e agradeci. Estou viva! De presente, só pedi saúde. O resto a gente conquista.

Aprendi que também preciso valorizar os que se importam comigo. Os dias tristes que vivi me fizeram ver isso tão claramente! Meu esposo foi essencial para segurar essa passagem de dor. Não estar sozinha em um momento de dor é consolador, é revigorante. Deus me deu uma pessoa incrível para estar comigo. Agradeço todo dia.

Mas hoje eu desabei. Eu chorei, eu conversei com Deus sobre meus desejos. Ele sabe o quanto o Theodoro é especial e vai ficar pra sempre nos nossos corações. Ele me ensinou a viver. Ele viveu o tempo suficiente para me ensinar o simples, para encher o meu coração com o amor mais puro e transbordante do mundo! E hoje chorei ao lembrar disso tudo.

O tempo tem o dom de transformar a dor em saudade. Hoje chorei de saudade. Mas foi inevitável: a dor veio junto. Mas sei que vai passar, porque Deus está comigo. Daqui a pouco eu me refaço. Isso eu faço todos os dias.

Por isso, amem seus filhos. Amem, amem, amem! Parece exagero, vez que não peguei o meu bebê no colo, mas vê-lo dentro de mim foi a certeza que ali nascia uma mãe que queria cuidar, amar e fazer o seu filho o cara mais feliz do mundo! Eu me vi assim!

Eu não pensava em comprar roupas em Miami, em dar a ele o quarto mais bonito da vizinhança ou o carrinho de bebê mais estiloso. Eu só pensava em gerar um filho para viver em um mundo de igualdades. Eu sempre conversava isso com o Evandro. A gente sonhava o tempo todo com isso! Nosso filho seria o cara mais incrível, sabe (rs)? A gente só pensava em dar um mundo de paz para ele. Queríamos mostrar como o mundo está e como ele poderia transformá-lo para o bem. Dar valores. Esse era o sonho que tínhamos para nosso filho.

Mas Deus achou por bem levá-lo de nós. Sofri. Sofremos, mas entendemos.

Hoje eu chorei ao lembrar dos planos, da vida que planejávamos junto com ele.

Ouvindo a canção de Eyshila, eu pensei em como estava sendo egoísta. Deus pode tudo! E Deus faz do jeito que Ele quer, na hora que Ele quer. Eu precisava entender e compreender seus propósitos.

E o consolo veio. Agora eu choro com certa alegria porque Ele me fez conhecer o amor mais sublime do mundo. Foi uma dádiva! Por isso, vou continuar adorando ao meu Deus. Ele é bom comigo o tempo todo!

Como diz em Romanos 8:28, "tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus".

Por isso, eu aceito.

A dor não mata se Deus está presente
Só quem caminha com Ele entende o valor
De uma lágrima derramada no altar da dor
Enxugada pelas mãos do consolador

Se Ele quiser, Ele ressuscita mortos
Ele faz o impossível
Tudo porque Ele é Deus

Mas se Ele não quer que aconteça do meu jeito
Eu declaro que eu aceito
E agora o milagre sou eu, sou eu

Eu não vou parar, vou continuar
Te adorando, Deus
O milagre sou eu, sou eu


Com amor, 

Ange.




quarta-feira, 23 de março de 2016

À minha porta

Faço tudo para esquecer.

Pois é. Faço, faço com força, mas... Tem dia que não dá. Daí, faço o inverso. Quero lembrar, quero chorar, quero sofrer.

Olho os detalhes e me perco em perguntas sem respostas.

Às vezes fecho os olhos e sonho. São sonhos frágeis, distantes e ao mesmo tempo tão próximos, que até parecem de verdade!

Quero esquecer. Talvez o tempo me responda daqui a algum tempo, daqui a alguns meses, anos, sei lá!

Talvez eu nunca esqueça.

A vida continua e se entregar é uma bobagem. Sei, sei disso, mas é difícil. Difícil conviver com a presença daquilo que não temos mais por perto. Paradoxal, não? Talvez, mas acho que não.

Alguns momentos permanecem, mesmo quando não mais existe a personificação de um amor que se foi.

Às vezes eu fujo, mas meu subterfúgio tem vieses, tem armadilhas. Um cheiro, uma roupa, uma caixa de vitaminas, um jeito diferente de apertar a minha mão... Tudo me lembra, tudo me abate e em seguida me mata, me mata de amor.

Amor... Como matar o amor? Muitas pauladas, mas ele continua vivo, batendo forte, pulsando alto no  peito, como se quisesse explodir e gritar.

São saudades infinitas.

São pensamentos que tomam forma e me agridem com dores no peito.

Mas no fundo, bem lá no fundo, não quero parar de sentir tudo isso, de sofrer por amor.

Pode não ser fácil, mas é a certeza de que jamais esquecerei dos abraços imaginários que dei, do carinho nos cabelos que imaginei.

Não é fácil, mas é preciso encarar a lerdeza do tempo. Sim, às vezes ele não passa; ele massacra.

Sei que preciso ficar bem. Sim, estou, mas tem dia que não dá. Tem dia que quero sentir, sentir como se o tempo estivesse parado. E sonho. São ciclos que não se fecham; são pensamentos que voam.

São dias de visita. E lá vem a saudade bater à minha porta.

E tudo recomeça...



Ange.











segunda-feira, 7 de março de 2016

Minha herança

Olá.

Estou agora no quarto do lado - vulgo: de visita -, sentada à mesa, lendo, estudando um pouco e, agora, ouvindo umas canções.

Os dias têm passado numa vagareza que me incomoda um pouco. Faz alguns dias que estou em casa, mas parece uma eternidade! Sei que esses dias são necessários para meu restabelecimento, seja físico ou psicológico, todavia, quando cai o anoitecer, ainda sinto tristeza. Ela vem devagar, mas vem. O coração aperta, a saudade aumenta, a dor se instala. Tão difícil!

Semana passada a minha chefe até mandou uma mensagem bonitinha para mim, na qual dizia que eu deveria aproveitar esse tempo  e passear um pouco, distrair. Vou tentar fazer isso esta semana. Espero que  a dor se vá e dê lugar apenas a saudade. Sei que ela sempre existirá. Aliás, eu a quero para sempre, porque significa  que não esquecerei do meu filho que se foi. Nunca o esquecerei.

Mas a vida segue. Hoje até comentei com uma colega de trabalho que se não fosse a presença de Deus em nossas vidas, acho que teríamos (Evandro eu) pirado, porque tudo nos remete ao passado.

Quando descobri que estava grávida, as mudanças começaram a ocorrer aqui em casa. Mudamos a logística de quase tudo. Foi um processo que tinha tudo para continuar acontecendo, mas inesperadamente foi interrompido.

Tínhamos um refrigerador dos anos em que eu ainda era solteira. Com o tempo, ele começou a ficar pequeno demais para nós. A gravidez foi o estímulo que precisávamos para trocá-lo. Compramos um bem maior, vez que agora eu precisava de mais espaço para minhas frutas e legumes. Meu filho precisava se alimentar melhor, com variedades maiores. Hoje quando olho para o refrigerador me dá um pouco de tristeza. Sei lá, pareço maluca, mas é isso mesmo que tem acontecido comigo. Ainda não caiu a ficha. Volta e meia eu lembro, penso e choro. Deem um desconto, vez que tudo é muito recente.

Mudo de assunto, sorrio, brinco, mas o coração ainda está despedaçado. O ciclo parece não fechar!

Evandro me disse outro dia que acredita que a superação virá apenas quando tivermos outro filho. Sim, e se não vier? Rogo a Deus que venha. Quero que venha, mas diante de tantos planos que fizemos com nosso amado filho que não nasceu, eu prefiro não fazer planos. Deus conhece nossos corações, sabe de nossos desejos, logo, deixo para Ele a decisão de nossas vidas.

Quando descobrimos minha gravidez, ficamos extremamente felizes e fizemos projetos que não se concretizaram.

Hoje aprendi que não quero mais falar do futuro. Vivo o presente. Deixo as coisas acontecerem. Não envelheci apenas 10 anos; amadureci 10 anos. Quero valorizar as pessoas agora. Quero viver em harmonia com todos. Sei que é difícil, diante das diferenças que a vida nos impõe, mas não quero saber se o outro erra, se o outro peca. Quero saber da comunhão que tenho que ter com Deus. As pessoas erram. Quem sou eu para julgá-las?

Hoje meu direcionamento está pautado no Salmo 37,4: "Agrada-te do Senhor e Ele satisfará os desejos de seu coração".

Todos os dias tenho pedido a Deus para frear os meus lábios e endireitar os meus pensamentos. Quero viver algo novo, extraordinário. Não quero mais tomar decisões sem que Deus seja consultado. Como já fiz isso!

Sei o quanto é difícil ter um coração manso diante de tantas adversidades que nos são apresentadas diariamente, mas precisamos nos manter firmes, com o coração voltado para o alto. Sei que errarei inúmeras vezes ao longo da vida, mas sei que Deus vai sempre me levantar, porque nEle tenho confiado minha vida.

Todos os dias eu peço a Deus para sondar meu coração, e nele tirar os pensamentos maus. Vejo tantas tragédias nos jornais, sabe? Por que as pessoas não tentam viver em paz? Eu quero viver em paz. Já passei muito tempo da minha vida sendo briguenta. Chega!

A perda do meu filho me deixou várias lições, entre elas, a de que preciso sempre colocar Deus no direcionamento da minha vida e da do Evandro.

Apesar da dor, sinto-me feliz por saber que voltei ao primeiro amor. Andava distante, mas Deus me resgatou. E que eu nunca mais me esqueça disso. As lutas são e serão muitas, mas se eu estiver com Jesus, sei que vencerei todas elas. Isso alegra meu coração.

É isso.

Até.

Ange.