terça-feira, 19 de dezembro de 2006


FELICIDADE CLANDESTINA

Ontem eu peguei um livro da Lispector e comecei a ler uns contos.Mas o que mais gosto é justamente o que entitula o livro:"Felicidade Clandestina". É uma historinha que,acredito, todos os amantes da leitura devem ler, reler, ler de novo...Toda vez que releio esse conto eu me emociono.É como se eu me colocasse no lugar daquela menina que quer por que quer tocar, ver, ler o livro que a outra, que nem faz tanta questão dele, não quer deixá-la ler.Não tem coisa pior do que querer algo que está na nossa frente e,por um motivo à vezes banal e de fácil superação, não conseguimos alcançar.Às vezes por mera formalidade não temos o que queremos.

E ler é um prazer tão bom que tenho a leve impressão que estou dentro da história, fazendo parte daquele universo!É um mundo de descobertas, pode ter certeza.Não importa o que seja.Pode ser bula de remédio, cartaz de shows,revistas,gibis,livros técnicos,ficção, baseado em histrórias verídicas...enfim, a sensação não muda, porque é maravilhoso ter esse poder de ler.E as palavras?Eu aprendi algumas poucas,lendo.Quando não sabia o significado, corria pro dicionário.E assim foi e foi e foi...e a paixão aumentou.Hoje não consigo deixar de ler,seja o que for.Nada passa despercebido.

E tem coisa melhor que curtir os grandes escritores ? Nossa, que maravilha poder ter em mãos os escritos de pessoas que um dia sentaram, inspiraram-se e as editoras nos forneceram fresquinhos,frequinhos.E nem adianta dizer que leitura não é acessível.É sim. Talvez o que não seja acessível é a vontade de ensinar a ler.Muitos professores não incentivam a prática da leitura.Acham que saber gramática é suficiente,e não é.E muitas pessoas crescem tendo raiva do nosso lindo português,legado maravilhoso dos nossos "descobridores". Há língua mais linda? Acho que não.E Deus deve ser brasileiro por isso!

Voltando ao "Felicidade Clandestina", o livro, da editora Rocco, é formado por 25 contos,sempre narrado na primeira pessoa.E em especial ao conto que dá nome ao livro, -nada mais apropriado - vemos que a prática da leitura é um ato silencioso,íntimo, que tem que ser conquistado dia-a-dia. E nem sempre de uma maneira muito convencional.

Como disse, temos que transformar isso em prática diária, a ponto de chegarmos ao fim do dia com muita sede, sem saber bem do quê.Daí vamos perceber que essa sede é de ler, de encher a mente de conteúdo.E com o passar do tempo veremos que nada substitui a delícia de se buscar conhecimento.

Conhecimento abre a mente e nos faz ser transformadores do meio em que vivemos.E tem coisa melhor que isso?

Conhecer para transformar...

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