sábado, 9 de dezembro de 2006


"Posso não conseguir tocar no céu,mas ao menos tiro os pés do chão"

Bom-dia!

E olhe que ainda não dormi direito...Dormi,acordei etc etc etc.
Mas ó, queria falar da distância.Putz, que malvada é ela!!Sinto tanta saudade de tanta coisa que está longe, que meu coração aperta "dum tanto" que parece sufocar!
Mas falo de saudades reais, não imaginárias.Descobri que existem esses dois tipinhos básicos.Explico: a saudade imaginária é aquela que você sente por algo que não existe mais, que não mais vai acontecer em sua vida.Temos exemplos clássicos:saudades de quem não mais vai voltar porque já faleceu ou porque você não mais lhe é importante.Daí eu já considero burrice, no segundo caso,claro.Quem a gente amou e foi embora para outro plano, merece sim toda a saudade do mundo, mas não podemos viver em função disso.Pelo menos na teoria teria que ser assim...Agora, chorar as pitangas por quem se foi porque não te quis mais, já é burrice, e das brabas!
Sim, sobre a saudade real, temos a saudade de alguém que nos ama e que amamos e que infelizmente o tempo e a distância se encarregaram de separar.Daí só há uma alternativa:pegar um avião, um "buzú", um trem e ir embora!Mas aí pensamos:"ah, não é tão simples assim..."
Então ficamos tristes, cabisbaixos de saudade.Mas o que seria de nós humanos se não fosse a saudade?É ela que nos faz experimentar algo de bom pela segunda vez,por exemplo!É ela que nos faz encher o peito de ansiedade quando estamos aguardando a chegada de alguém que vem de longe;é ela que nos faz sentir vontade de dar um abraço apertado naquela pessoa que não está em nossa presença há tempos; é ela que nos faz recordar um cheiro, uma música, uma cena...É ela que faz as coisas pararem no tempo, como diria Quintana.
É ela. Só ela é capaz disso tudo,de manter a chama acesa do sentimento.
Que importa se a distância estende entre nós
léguas e léguas
Que importa se existe entre nós muitas montanhas?
O mesmo céu nos cobre
E a mesmas terra liga nossos pés.
No céu e na terra é a tua carne que palpita
Em tudo eu sinto o teu olhar se desdobrando
Na carícia violenta do teu beijo.
Que importa a distância e que importa a montanha
Se tu és a extensão da carne
Sempre presente?
[“carne” – Vinicius de Moraes]

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