Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa...

Olá.

O computador já estava desligado quando me deu um insight. Senti uma vontade de escrever, escrever... Me deu uma vontade de escrever sobre muitas coisas, sobre tudo! Mas que tudo é esse? Não sei. Aliás, não sei de nada. O tempo está passando rápido demais! Ainda bem que estou com muita pressa... Hehe! Confesso que tenho medo de envelhecer. Sim, tenho. Tenho mesmo! Você vai me condenar por isso? Mas também confesso que esse pensamento é de uma grande crueldade. Crueldade por falta de agradecimento. Pensando nisso, quase que simultaneamente faço minha  mea-culpa  para consertar minha fala e dizer que envelhecer é saber que o tempo tá passando e você ainda está fazendo parte dele. É ou não é? Se o tempo para para você, meu caro, é porque você já era! Vivamos com as rugas, então ;)

Mas isso é conversa para outro dia, outra postagem.

Bom, como havia dito, o computador já estava desligado quando resolvi estar aqui. Quando se ama a escrita é difícil ficar apenas absorta em um mundo de ideias e pensares. Às vezes eu tenho a sensação de que vivo em mundos paralelos. Sei lá, difícil explicar o turbilhão de coisas que neste momento passa em minha cabeça. Difícil exteriorizar meus pensamentos e minha impressão do mundo. Não sou intelectual de m**** nenhuma, mas tenho interesse em ser alguma coisa além do que tenho sido, sabe? Quero parar de acreditar que o mundo é maniqueísta e que todas as pessoas são só sal ou só mel. Papo de auto-ajuda,  né? Talvez seja. Talvez eu queira embutir em mim  um sentimento diferente daquele que tem estado em meu peito. O trigo pode ser joio e ao mesmo tempo ser trigo? Dizem que não. Não sei, tenho dúvidas. Meu maior medo nisso tudo é começar a me fechar,  a criar círculos pequenos de amizade (que já não são grandes) e viver no ostracismo, no meu pequeno mundo. Fantástico mundo da fantasia...

Muitas pessoas me cansam. Mas sei também que canso muitas pessoas! Viver é "uma faca de dois legumes" (Hello, Mamonas!), é muito perigoso (Oi, Guimarães Rosa!) e é um grande aprendizado. Oscar Wilde tem uma frase que encaixa perfeitamente em tudo que tenho pensado: "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe". Isso é muito profundo! Parece frase de Facebook, mas é uma grande verdade. Vejo as pessoas existindo por dinheiro, por status (muitas vezes mais status que dinheiro, vamos combinar!) e... nada! Existir não é nada! Viver é tudo!

E o papo de auto-ajuda continua, né? Pode até ser, mas minha filosofia de vida tem mudado muito nos últimos tempos. Um dia queria ter sido algo grande profissionalmente. Hoje o profissional é segundo plano em minha vida. Quero viver o que a vida tem de bom para me oferecer. A existência não interessa. O que hoje me aborrece, amanhã se transforma em aprendizado. Tenho momentos de tristeza, eu sei, mas dois, três dias depois tudo passa, tudo se transforma. Aprendi a abstrair o que não acrescenta, e o que pensam sobre mim é pequeno diante do que sou e tenho vivido. Foi Padre Quevedo que um dia disse a seguinte frase: "Se puderes, vive para ti, pois, ao morreres, morrerás apenas para ti", ou seja: seja você! Não adianta, forma de bolo é forma de bolo, não é vida! Cada um tem seus próprios anseios e interesses. A vida é sua, só sua. Sejamos espontâneos! A sensação que eu tenho é que as pessoas estão travadas e pregadas em um único caminho. Não quero isso para mim. Definitivamente não!

Sei que todos precisamos de um norte, de uma bússola para viver, mas sei também que precisamos soltar as amarras e desprender um pouco desse mundo tão fechado em conceitos  e caminhos retilíneos. A vida não é assim, poxa! Viver requer um andar constante, uma descoberta em cada esquina, um caminhar no escuro sem medo de pisar em ovos.

Aliás, uma vez li um livrinho que dizia algo como "não passe pelo mundo nas pontas dos pés". E é isso mesmo. E tenho aprendido. E tenho mudado. E tenho dito.

Para terminar a noite, deixo uma canção que tenho escutado muito nesta semana e que tem um trecho que escolhi para mim: "Ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins..."




Beijo,

Ange.