quinta-feira, 27 de maio de 2010

...sem amor, eu nada seria.

Tenho dito: impaciência! As pessoas me parecem secas, estéreis demais. Estão devagar, falta afago, carinho. E isso me deixa impaciente. O olhar do idoso, o sorriso de uma criança... tudo parece incomodar demais algumas pessoas. Falta amor. Eu não quero perder essa sensibilidade, essa vontade de acolher, de ser um pouco cobertor do outro. Dar um copo d'água, um biscoito "trakinas" parece ser caro demais! Como pode isso, meu Deus? Eu não quero perder o tato, a alegria da acolhida. Quero apenas dividir o meu lado bom, o que de melhor eu posso dar. Ando pelas ruas e vejo tanta miséria, tanta insensatez que acabo sentindo a dor que nem ao menos é minha, é do outro. Mas me toca, me faz pensar. E não posso fazer muito, mas tenho buscado dar amor em forma de gestos, de um bom-dia sorridente, de um aperto de mão forte. As muitas gentes querem isso, querem proteção, mesmo de um estranho. 

E vejo ruas pintadas em cores verde e amarelo. E no mesmo paralelepípedo pisam ricos, pisam pobres, pisam dores de um mundo paradoxal.

Mundo louco, este mundo em que estamos. Fecham-se portas, até mesmo entre entes "queridos". Disputas, sejam lá quais forem. Ninguém é de ninguém, nenhum lugar. Apátridas, enteados, bastardos jogados por aí, ao léu. Tudo falta, falta amor. Falta um copo descartável de sopa! E o inverno está aqui, ventando entre nós. E aqueles que julgávamos confiáveis, hoje são sombras de um passado que não existiu. Ilusões, desilusões. E a vida segue dura, árdua. E sem união, amor, compaixão, acredito que o fim do mundo já tenha chegado.

Ange.

Um comentário:

Everton Amaro disse...

Você é Dona da sua própria desilusão.